“O amor é uma conspiração capitalista de floristas gananciosos”.
Ontem, dia 14 de Fevereiro, foi um daqueles dias em que temos que comprar um presente para provar que os nossos sentimentos são verdadeiros. Como este dia temos vários ao longo do ano, todos eles nos obrigam a apelar ao consumismo e a tentar comprar o presente mais caro para que quem o vai receber veja o tamanho (custo) do sentimento. Não será isso comprar, ao mesmo tempo que compramos o presente, os sentimentos de quem o vai receber? Não estaremos a adulterar os verdadeiros sentimentos? Valerá a pena suster uma ligação baseada apenas em provas compradas no centro comercial? Para mim, nada disso vale a pena. Vale a pena estar perto, vale a pena dizer o que se sente, mas não vale a pena apenas fazer isso em determinadas datas através de um objecto sem significado comprado porque está na moda.
Esta situação faz com que sejamos cada vez mais parecidos uns com os outros. Temos todos o mesmo dia dos namorados, o mesmo dia de natal… e as outras datazinhas em que sabemos que, sem presente estaríamos a incumprir uma norma essencial ao funcionamento da nossa sociedade. Esta padronização da forma como conduzimos as nossas relações, faz com que passemos também a sentir rodos da mesma forma, algo que devia ser tão pessoal como apropria vida. Estes automatismos fazem de nos pequenos bonecos consumistas que já não se conseguem exprimir sem abrir a carteira!
Esta situação faz com que sejamos cada vez mais parecidos uns com os outros. Temos todos o mesmo dia dos namorados, o mesmo dia de natal… e as outras datazinhas em que sabemos que, sem presente estaríamos a incumprir uma norma essencial ao funcionamento da nossa sociedade. Esta padronização da forma como conduzimos as nossas relações, faz com que passemos também a sentir rodos da mesma forma, algo que devia ser tão pessoal como apropria vida. Estes automatismos fazem de nos pequenos bonecos consumistas que já não se conseguem exprimir sem abrir a carteira!
4 Comments:
Pá...as prendas caem sempre bem á pessoa amada,e se te custa dar lembra-te de como te sentes quando recebes...a meu ver a solução é oferecer prendas noutras ocasiões,e quem sabe tu inventares o teu proprio dia dos namorados!
boas noites
eu concordo q ao comprar prendas caras estamos a "comprar" os sentimentos da outra pessoa...e isso apela ao consumismo...e mUITO
(os floristas ganharam imenso dinheiro c\este dia...xeguei a ver aumentos de 25%nos preços de rosas....)
bem pensado este blog
abraços pro Mr. Rabbit[]
O dia dos namorados não tem de ser necessariamente celebrado com a oferta (troca, porque é uma troca!) de prendas. Existem outras coisas que se podem fazer... no entanto, o problema reside apenas no elemento feminino. Competição. Mais nada. Quem recebeu o quê, qual a mais cara, para assim contribuir para o crescer do ego feminino, o qual, passo a repetir, se fomenta através da competição. Agora, já que tem essa opinião sobre o dito dia, esperemos que não tenha sido mais uma peça na engranagem... creio eu...
"Uma declaraçao de amor nao é acontecimento do domínio público, uma baleia que vara na praia sob o sol dos desastres e convoca multidoes, desalinhando hábitos quotidianos; uma declaraçao de amor é um acto de grande intimidade que ergue um véu transparente de onde brotam mel e pássaros azuis. As palavras directas ou indirectas, ditas ou escritas, suscitam a carícia única, irrepetível, a leve percursao que desenha no silêncio a imagem do que se ama. E assim terá de se guardar. Num lugar seguro onde os sismos nao possam encontrar o mapa do tesouro."
Egito Gonçalves
Entendem o que quero dizer?
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