Decisões
Onde é que começa e onde é que acaba a doença mental? Ninguém gosta de ser enganado. Temos todos um extraordinário prendimento à verdade. O único problema é que os malucos parecem considerar ser verdade algo que a nós nos escapa. E é por isso que são malucos.
Não é muito difícil diagnosticar uma doença mental, ou pelo menos assim o parece. Conseguimos descortinar, através de gestos e comportamentos, a existência de supostas doenças mentais em alguns indivíduos. A míriade de doenças mentais existentes e conhecidas é muito numerosa, e os sintomas variam entre elas. No entanto, existem alguns lugares comuns através dos quais identificamos um maluco. O discurso tende a ser incoerente. O comportamento, estranho. No entanto, isto são classificações que fazemos segundo as nossas categorias, os nossos critérios. Os critérios da maioria.
É perturbante pensar que podemos estar enganados. No entanto, não podemos pura e simplesmente excluir liminarmente essa possibilidade. Acontece é que isto coloca problemas ao nível da consciência e da responsabilidade. Segundo a sensibilidade dominante da nossa época, só é responsável quem é consciente. Tendo a concordar com isto. Mas se as fronteiras da doença mental são difusas (e eu acredito que são) como conseguir saber quais são os casos em que o suposto afectado pode ser responsável pelas suas decisões?
Como toda a gente sabe, não podemos dar o ser a nós próprios. Essa tarefa cabe infelizmente aos nossos pais, ou a qualquer cientista que goste de brincar aos deuses. Mas podemos, isso sim, desfazê-lo. Não o nosso ser, obviamente. Mas pelo menos o nosso eu. Ponhamos de parte a hipótese cristã - ao que tudo indica, aquilo que eu conheço por Gonçalo Marcelo vai-se mesmo dissolver quando eu morrer. Portanto, não posso fazer-me nascer mas posso matar-me. E como eu, qualquer outra pessoa. Aos que decidem fazê-lo, não o posso condenar. Isto é... quando o fazem em consciência. Mas como saber?
Por outras palavras, se alguma pessoa a quem supostamente foi diagnosticada uma perturbação mental nos pede para a deixarmos morrer, o que devemos fazer?
Não é muito difícil diagnosticar uma doença mental, ou pelo menos assim o parece. Conseguimos descortinar, através de gestos e comportamentos, a existência de supostas doenças mentais em alguns indivíduos. A míriade de doenças mentais existentes e conhecidas é muito numerosa, e os sintomas variam entre elas. No entanto, existem alguns lugares comuns através dos quais identificamos um maluco. O discurso tende a ser incoerente. O comportamento, estranho. No entanto, isto são classificações que fazemos segundo as nossas categorias, os nossos critérios. Os critérios da maioria.
É perturbante pensar que podemos estar enganados. No entanto, não podemos pura e simplesmente excluir liminarmente essa possibilidade. Acontece é que isto coloca problemas ao nível da consciência e da responsabilidade. Segundo a sensibilidade dominante da nossa época, só é responsável quem é consciente. Tendo a concordar com isto. Mas se as fronteiras da doença mental são difusas (e eu acredito que são) como conseguir saber quais são os casos em que o suposto afectado pode ser responsável pelas suas decisões?
Como toda a gente sabe, não podemos dar o ser a nós próprios. Essa tarefa cabe infelizmente aos nossos pais, ou a qualquer cientista que goste de brincar aos deuses. Mas podemos, isso sim, desfazê-lo. Não o nosso ser, obviamente. Mas pelo menos o nosso eu. Ponhamos de parte a hipótese cristã - ao que tudo indica, aquilo que eu conheço por Gonçalo Marcelo vai-se mesmo dissolver quando eu morrer. Portanto, não posso fazer-me nascer mas posso matar-me. E como eu, qualquer outra pessoa. Aos que decidem fazê-lo, não o posso condenar. Isto é... quando o fazem em consciência. Mas como saber?
Por outras palavras, se alguma pessoa a quem supostamente foi diagnosticada uma perturbação mental nos pede para a deixarmos morrer, o que devemos fazer?
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