TIME Magazine
É bom quando conseguimos fazer chegar a nossa voz mais além. Por vezes, sentimo-nos pequeninos e não acreditamos que possamos fazer qualquer diferença em relação ao que quer que seja, porque nunca ninguém nos irá ligar. Esquecemo-nos é que se deixarmos que esse sentimento nos derrote e não tentarmos, então aí é que nada mudará. Pelo menos nada que possa eventualmente depender de nós.
E é por isso que tentamos. Muitas vezes não conseguimos. Por isso, quando tentamos e por acaso conseguirmos sem o esperarmos, é agradável. Toda a gente conhece o provérbio "If at first you don't succeed, keep trying" e alguns eventualmente conhecerão a piada dele derivada "If at first you do succeed, try not to look too astonished". Pois foi precisamente isto que tive dificuldades em fazer quando me apercebi recentemente do golpe de sorte que se tinha acometido sobre mim.
Sou um fã assumido da revista TIME. Creio que ela é paradigma de uma informação independente e de qualidade. Sou assinante e muita da informação internacional que me chega é precisamente através dela. Assim sendo, e sendo eu estudante de um minor em Ciências da Comunicação com interesses na área do jornalismo e podendo vir a ter eventualmente emprego na área, se algum sonho pudesse ter nesta área era mesmo algum dia poder vir a participar de alguma forma na minha revista de referência. Pois bem, aconteceu. Já revelei anteriormente num post colocado aqui no blog a minha posição sobre a constituição europeia e a minha decepção e indignação com os resultados dos referendos francês e holandês. Fi-lo precisamente no dia em que recebi a edição da TIME que tinha uma reportagem sobre o assunto, através da qual fiquei a saber muito do que não sabia. De facto, a colocação desse post aqui no blog foi precedida por uma carta que enviei à própria TIME, a expressar a minha posição sobre o assunto. Foi a primeira vez que escrevi para lá. Num raro golpe de sorte, a carta foi seleccionada e publicada. De alguma forma, os 2 textos (a carta e o post) complementam-se, sendo que se expressam a mesma opinião, referem aspectos algo diferentes e são também naturalmente formalmente muito diferentes. A carta saiu na edição da TIME de 11 a 18 de Julho (está esta semana nas bancas), tendo sido assinada com o meu nome de nascença, Gonçalo Marcelo. Passo a transcrevê-la:
Have we gone mad? Right now I feel ashamed to be a European. We have lost touch with reality. The French and the Dutch no votes won't help our fragile and relatively undefined political and economic situation in the world one litlle bit. The rejection of the constitution solved no problems, and it wasn't a demonstration of the power of the people. It shattered the dream of a strong, unified Europe that would counter U.S. supremacy.
A carta foi ligeiramente editada. No original, era menos assertiva, mas o conteúdo principal foi respeitado. Se alguém tiver curiosidade em ler o original, transcrevê-lo-ei de bom grado.
Ah, e não se esqueçam de continuar a lutar pelo que querem... nunca é impossível.
E é por isso que tentamos. Muitas vezes não conseguimos. Por isso, quando tentamos e por acaso conseguirmos sem o esperarmos, é agradável. Toda a gente conhece o provérbio "If at first you don't succeed, keep trying" e alguns eventualmente conhecerão a piada dele derivada "If at first you do succeed, try not to look too astonished". Pois foi precisamente isto que tive dificuldades em fazer quando me apercebi recentemente do golpe de sorte que se tinha acometido sobre mim.
Sou um fã assumido da revista TIME. Creio que ela é paradigma de uma informação independente e de qualidade. Sou assinante e muita da informação internacional que me chega é precisamente através dela. Assim sendo, e sendo eu estudante de um minor em Ciências da Comunicação com interesses na área do jornalismo e podendo vir a ter eventualmente emprego na área, se algum sonho pudesse ter nesta área era mesmo algum dia poder vir a participar de alguma forma na minha revista de referência. Pois bem, aconteceu. Já revelei anteriormente num post colocado aqui no blog a minha posição sobre a constituição europeia e a minha decepção e indignação com os resultados dos referendos francês e holandês. Fi-lo precisamente no dia em que recebi a edição da TIME que tinha uma reportagem sobre o assunto, através da qual fiquei a saber muito do que não sabia. De facto, a colocação desse post aqui no blog foi precedida por uma carta que enviei à própria TIME, a expressar a minha posição sobre o assunto. Foi a primeira vez que escrevi para lá. Num raro golpe de sorte, a carta foi seleccionada e publicada. De alguma forma, os 2 textos (a carta e o post) complementam-se, sendo que se expressam a mesma opinião, referem aspectos algo diferentes e são também naturalmente formalmente muito diferentes. A carta saiu na edição da TIME de 11 a 18 de Julho (está esta semana nas bancas), tendo sido assinada com o meu nome de nascença, Gonçalo Marcelo. Passo a transcrevê-la:
Have we gone mad? Right now I feel ashamed to be a European. We have lost touch with reality. The French and the Dutch no votes won't help our fragile and relatively undefined political and economic situation in the world one litlle bit. The rejection of the constitution solved no problems, and it wasn't a demonstration of the power of the people. It shattered the dream of a strong, unified Europe that would counter U.S. supremacy.
A carta foi ligeiramente editada. No original, era menos assertiva, mas o conteúdo principal foi respeitado. Se alguém tiver curiosidade em ler o original, transcrevê-lo-ei de bom grado.
Ah, e não se esqueçam de continuar a lutar pelo que querem... nunca é impossível.
2 Comments:
É pena, porque o raciocínio humano tem destas coisas, de certas opiniões se alicerçarem no "diz que disse", e pouco mais. Ou seja, se o Gonçalo Marcelo tivesse a oportunidade (e a vontade) de ler, a sério, a contituição sobre a qual se debate, deveria notar nelas certas... como lhes chamaremos caro Marcelo, imperfeições? Pois bem , no que diz respeito ao voto francês, o que se passou foi que a comunidade europeia com mais sentido europeu e, simultaneamente, cosmopolita da Europa, não fez mais do que, estrategicamente, aproveitar a ocasião para ir contra o governo nacional, não questionar a identidade da própria Europa. Tem vergonha de ser Europeu? Temos pena. Arranje um passaporte, e vá para longe, ou então, quem sabe?, lutará por fazer algo prático para remediar aquilo que critica... a acção... Apropriando-me das ideias de um antigo professor da Universidade, a constituição deveria reger-se por princípios gerais, o mais gerais possível, para, desta forma, não questionarem, nunca, a identidade individual de cada país. Eu, ao contrário de si, orgulho-me de ser português e europeu, assim como um cidadão do mundo, não resvalando, (como muitos...) num cosmopolitismo barato que serve a qualquer um que saiba citar grandes frases. A ideia, Gonçalo Marcelo, a ideia...!!
Ah, como eu adoro quando me batem :) As acusações de superficialidade são as mais bonitas.
Em relação às questões pertinentes levantadas:
1) Concordo precisamente que o que a França fez foi isso, aproveitar o referendo para dar uma nega à classe política nacional. E é isso que eu acho que foi estúpido, porque foi de um aproveitamento político enorme. Se queriam dar uma nega à política dominante, que esperassem pelas próximas eleições. Assim, tudo o que fizeram foi inviabilizar uma constituição que à partida se me afigurava como boa e necessária. E ainda por cima, pelos motivos errados.
2) Quanto mais abstractos os princípios são, mais riscos de mal entendido existem. Obviamente não existem princípios absolutamente objectivos. Mas se alargamos demasiado os conceitos simplesmente para chegar a um consenso, chegamos ao ponto em que a extensão é universal e a compreensão (quase) nula. Não sendo nula, é tão abrangente que podemos utilizar qualquer significado que ele passará. Assim sendo, não será melhor chegar primeiro ao consenso para depois o aplicar de forma igual entre todos?
Sinto-me orgulhoso em ser europeu. Se há algum conjunto de valores que se constitua enquanto identidade de grupo com a qual me identifique, é a europeia. Mas não me posso por isso furtar a um esforço auto-crítico. É porque sinto a Europa como sendo a minha casa que creio dever participar na discussão que a constitui e criticá-la quando acho que ela dá tiros no pé.
Seja como for, se e quando quiseres fazer uma tertúlia sobre a Constituição fornece-me o teu mail que tratamos disso, seja ela virtual ou não. Traz o teu aguçado sentido crítico! Eu levarei a constituição :)
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