terça-feira, junho 14, 2005

Renovação

Num curtíssimo espaço de tempo morreram o Vasco, o Eugénio e o Álvaro. Nenhum era novo e certamente nenhum desejava ficar cá para semente. Dois deles estavam fortemente ligados por um factor comum: o PCP. Por outra ordem de associação, dois deles também estavam fortemente ligados pela cultura. Dois legam obra política (embora, em retrospectiva, talvez não a que desejassem) e outro lega obra artística sob a forma de poesia. Todos tiveram a sua importância, o seu bocado de história portuguesa do séc. XX a si associada.

Não sei se algum deixará muitas saudades. Dois eram polémicos por ser políticos não centristas, outro era recatado. Este último viverá nas mentes de todos por muito mais tempo que os dois anteriores, aposto.

E agora que morrem os velhos (todos os dias acontece, não é? A minha mente ainda não encaixou bem sequer a morte de Yasser Arafat e Karol Wojtila, de tão habituado que sempre estive a observá-los a vida inteira) esperemos que haja espaço para os novos, que venham renovar a nossa algo senil vida cultural e política. Rei morto, rei posto.

P.S. Creio que algures por entre as hostes do PCP alguns se questionam se o Carlos não deveria antecipar um pouco a sua hora e seguir o exemplo do grande camarada Álvaro. Mas parece que nem nisso ele o consegue substituir.