terça-feira, outubro 18, 2005

Diferença de rendimentos

Numa sociedade desenvolvida o conceito de igualdade pode variar bastante, mas é mais ou menos consensual que o nível de rendimentos é um bom factor comparativo (dentro de um mesmo País).

Portugal é um país com grandes desequilíbrios na distribuição dos rendimentos. No nosso país, poucos têm muito e muitos têm muito pouco, o que significa que temos uma distribuição de rendimentos semelhante a um país de 3º Mundo. Este aspecto é por vezes esquecido pela elite politica que ao centro vai alternando o poder, tendo objectivos académicos (PIB, BP, SO…) como principal alvo de esforços. Os números que são exigidos pela EU, a redução do Défice Orçamental e o Crescimento do PIB são o fim último de qualquer politica. Esquece-se que por de traz dos números estão pessoas que de vivem em condições de pobreza inconcebíveis para um país dito Desenvolvido.

Esta “diferença de rendimentos” tem outros impactos a nível social. A pobreza, principalmente a relativa (comparada a situação do mais pobre com o mais rico), cria um desinteresse pela educação, provocado pela pressa de obter rendimentos por parte dos mais jovens; tanto para ajudar o seu agregado familiar, como para adquirir alguns bens reservados a classes mais favorecidas.
A fuga à educação obstrui a 1ª regra da democracia, que deveria pautar-se por dar educação suficiente ao Povo para que este possa tomar as suas decisões politicas em consciência. Como existe uma incapacidade de escolher por interpretações próprias, o Povo acaba por ser mais manipulável, e por ter um comportamento estatisticamente “normal” nas urnas. Perante um votante padrão acabamos por ter partidos padrão, que não oferecem propriamente alternativa uns aos outros, apenas nomes diferentes (diferentes em cada mandato, mas iguais ao longo do tempo).
Apenas para terminar o raciocínio devo dizer, que a falta de sentido crítico para a Politica também se reflecte (de forma mais clara por vezes) em todos os outros sectores da sociedade (ciência, arte, filosofia, etc.) criando uma estagnação no nosso desenvolvimento.

Pode claramente fazer-se mais por quem vive pior, desengane-se quem pensa que ajudar um pobre é um acto vazio, a ajuda tem contrapartidas para a sociedade em todos os sentidos: ganha a nossa cultura, a politica a arte, a segurança, o comercio… só continuamos a perder se ignorarmos os problemas reais que temos mesmo debaixo dos nossos narizes!!!