sábado, janeiro 21, 2006

Catrapum

Tudo se passa como se corresse numa pista de material cada vez mais pegajoso, onde a energia das minhas pernas se ia escoando à medida que o ímpeto da partida evanescia. À medida que a energia diminui, os movimentos desaceleram gradualmente e o próprio solo ganha uma plasticidade envolvente que começa a colar os meus pés, numa osmose onde já não há pés nem pista, apenas matéria quente e fluída. Subitamente, sou engolido. Já não estou cá. Já não sou eu. De repente sou apenas uma bola concentrada de energia submersa no centro da Terra. Mas ainda pulso. Oh, como pulso. Agora já sou só raiva concentrada.

De repente, expludo.

A terra desfaz-se em incontáveis pequenas partículas, mas resto eu. Já sou eu outra vez. Readquiri forma humana. Mas agora estou mais poderoso. Talvez já seja mais do que eu. Qual Fénix renascida, agora sou a própria força do Universo. E não morrerei, nunca.

Talvez seja altura de acordar.

1 Comments:

Blogger LivrePensador said...

:) Olha que fixe, acho que tenho uma nova fã. Também gosto muito do teu blog, tem imensa piada. Vai aparecendo que eu vou postando ;)

22/1/06 12:43 da manhã  

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