segunda-feira, maio 23, 2005

Que causas?

Porque será que eu, como a maioria daqueles que me rodeiam, sou incapaz de interferir no normal funcionamento da coisas? Estando vivo, andando pelo mundo, vejo coisas que estão claramente mal, são claramente coisas que abalam todos os meus valores, e mesmo assim sou incapaz de fazer seja o que for para mudar! Serei eu de tal forma produto de um sistema que já não posso, por impedimentos externos ao meu controlo, denunciar, opinar, falar, gritar ou simplesmente fazer coisas para mudar o que está mal? Tenho medo de cair em tentação de me deixar levar pela forma normal de funcionamento: Toda a gente viu o que se passou, mas é como se não se tivesse passado nada, “é normal”! É normal uma merda… Um roubo ou uma limitação de informação (por exemplo), devem ser denunciados. Não são coisas “normais” numa sociedade de Direito Democrática. As coisas acontecem mesmo debaixo dos nossos olhos e a nossa única reacção é pensar: ”Ainda bem que não me aconteceu a mim”! E a quem aconteceu? Será que também pensa assim? E se aconteceu, porque razão não me irá acontecer a mim amanha? Nada mudou, os ladrões e os opressores continuam por ai!

Porque é que não fazemos nada?
Porque é que não faço nada?
Eu admito ser fraco, mas também admito ser parte de uma sociedade fraca!

Estou farto! Vou mudar…

E vocês?????????

sexta-feira, maio 20, 2005

Continuamos a ser os melhores, ou não?

Quando se está quase a fazer uma coisa, se não se a faz por opção, é tão bom como se a tivéssemos feito, ou não? Imagine-se que se tem um objectivo de difícil execução. Propomo-nos a nós próprios cumpri-lo, e o caminho é árduo. Lutamos, lutamos, lutamos. Saltamos muros e quebramos barreiras. E de repente, eis-nos frente a ele, face a face. As barreiras estão todas ultrapassadas, e a única coisa que nos falta é mesmo arrebatá-lo. Aquilo que nos acontecerá não escapará ao controlo da nossa decisão: será tudo tão simples como tomá-lo ou não. Pois bem, se não o fizermos, quando tínhamos tudo ao nosso alcance para o fazer, não será isso tão válido como tê-lo feito? Quer dizer, já provámos, durante o árduo caminho, que o podíamos fazer. Não era impossível. Estávamos frente a ele, era só tomá-lo. Não o fazendo, será a nossa vitória menos válida? Bem sei, vivemos num mundo fáctico e só o que conta mesmo é aquilo que fazemos, ninguém se lembra do caminho se não chegarmos à meta. Mas porra, não poderemos ser enfants terribles que decidem dar meia volta, só mesmo para chatear? Ou se calhar para não nos fartarmos do objectivo, uma vez que ele tenha sido tomado... já que como já se sabe, só estou bem ou não estou e só quero aquilo que não tenho... se não tiver aquilo que poderia ter, ao menos poderei continuar a idealizá-lo, sabendo que o poderia ter tido, e não me fartarei dele. E isto é tudo para dizer, que se quiséssemos tinhamos ganho a taça Uefa :p

quinta-feira, maio 19, 2005

competitividade

Oh, não. Parece que depois de algum tempo lá vou eu ter que me violentar intensamente e tentar escrever um post "sério". Sim, porque o tita andou para aí a publicitar o blog e a classificá-lo como "sério". Sério meu Deus, (notem que isto é só uma interjeição), sério! Então vamos lá, que isto acarreta alguma responsabilidade. Peguemos no tema do último post trazido a público pelo meu colega blogueiro, a cultura de palmadinha nas costas. Tem algo de mafioso essa cultura. Uma mão lava a outra, não é verdade? Na minha terra isso chama-se compadrio. Um olhar desatento poderia fazer-nos suspeitar de que se trata da mais pura expressão da máxima cristã "ama o próximo como amas a ti próprio" (é assim a máxima?), mas o problema é que não é. Não farei mais nenhuma análise que leve à conclusão de que somos egoístas por natureza, acho que isso está mais do que provado e falado até à saciedade em posts anteriores; tendo em conta este facto, é óbvio que por trás do compadrio está uma intenção de retorno, um toma lá 20 para amanhã me pagares 50. E acho bem que o pagues, senão quando chegar a minha altura de precisar de ti amanhã e tu não o fizeres, levas uma cabeçada tão grande que me pagas os 20 mas é com juros. Ok, detectámos o fenómeno.
2 conclusões: A) Isto é assim. B) Isto está mal.
E agora, para os leitores íntegros, ou seja, dotados de uma rectidão moral incomparável, seguir-se-á C) Vamos mudar isto (ou pelo menos recusarmo-nos a participar neste festival de injustiça, recusando assim tornarmo-nos iguais a quem criticamos). Pequeno problema aqui. Os leitores com as qualidades que acima referi constituirão cerca de 0,001% da massa total de leitores. Os restantes são, como nós, incoerentes e têm grandes problemas em fazer a transição da teoria distanciada para a execução prática. E no que é que isto dá? Que criticamos os outros quando o fazem, mas que se a oportunidade nos aparece à frente, nem piscamos os olhos.

O que é que nos falta? Cultivo da excelência e confiança nas nossas capacidades, bem como noção de que a cada escolha que fazemos, escolhemos toda a humanidade. Nada mudará se não contribuirmos para essa mudança. Alguma razão para o facto de isto acontecer muito especificamente em Portugal? Bem, talvez o facto de a esta fraca auto-estima termos que aliar a necessidade efectiva de sermos competitivos e de termos que atingir um fim, seja por que meio for. Parece-me que somos um povo pouco preparado para a competição desenfreada e assim, à falta de qualidades reais, fazemos (pelo menos eu faço-o) tudo o que for possível para nos desenrascarmos. E se isso envolve ter que pisar os calos do outro...

quinta-feira, maio 12, 2005

Jobs for the boys!

Portugal é um país de cunhas e favores, é ridículo quando as pessoas colocam o bom funcionamento dos organismos em causa por motivos de interesse. Um favor não seria negativo se fosse algo inocente de querer ajudar quem nos é próximo, quem não faria isso?! O grande problema do favor é que este representa uma “compra” de um favor futuro, ou seja, eu só te faço um favor hoje, porque espero vir a precisar de ti amanha e assim garanto que não me possas faltar! Isto vicia as instituições de uma forma incontornável, todos devem favores e todos são credores de favores, de tal forma que se o sistema de favores for quebrado, as instituições, como hoje as conhecemos, podem desmoronar, toda a sua base de recrutamento e até de funcionamento está dependente das “palmadinhas nas costas” de quem podemos vir a precisar no futuro!

O que mais me revolta é que, vendo isso acontecer, aqueles que deveriam tentar mudar as coisas sonham com entrar no sistema. Vivemos todos com medo de não ser bons o suficiente para nos enfrentarmos saudavelmente por um lugar. Duvidamos das nossas capacidades ao mesmo tempo que criticamos as capacidades dos outros. Preferimos segurar uma posição por “cunha” que fazer esforços para encontrar o mérito.
Somos cada vez mais pequenos porque não somos capazes de aceitar que podemos ser grandes!

Enquanto não tomarmos uma atitude para sermos justos com a nossa sociedade, seremos sempre injustos com nós mesmos.

quarta-feira, maio 04, 2005

Politica, a guerra de influências que não faz sentido...

No meu entender, pessoas jovens, de idades compreendidas entre os 18 e os 2… anos, deveriam ser idealistas, lutar por causas, acreditar em qualquer coisa! Mas o que vejo é que, esses jovens, hoje em dia, são pequenos adultos que medem forças através de influências tornando vazias quaisquer causas em que se envolvem.
O tempo que dedicamos ao longo da vida a pensar em como gostaríamos que o mundo fosse, é limitado. È na juventude que temos a imaginação e frescura de espírito para realizar esforços para melhorar o mundo. Recuso-me a aceitar que as únicas pessoas capazes de fazer alguma coisa se queiram transformar em adultos precipitados, interesseiros e egoístas incapazes de lutar por causas, resumindo todos os seus esforços em lutas de interesses que os possam beneficiar no futuro! Onde está a geração que foi educada por aqueles que mudaram o mundo e lutaram por verdadeiras causas? De que servem as liberdades que temos hoje, se apenas nos estamos a esforçar por pertencer a um sistema do qual ainda não fazemos parte!?
O desperdício de capacidades afasta, de causas nobres, quem pode mudar o mundo, porque interesseiros egoístas transformam essas mesmas causas em coisas menores nas quais o mundo deixa de acreditar até caírem no esquecimento!

Se não dermos valor as ideias as nossa geração não será “inscrita” na Historia.

A Democracia não uma oportunidade de vida, é uma oportunidade na vida!

terça-feira, maio 03, 2005

where are we running?

And so the conclusion followed, the poor boy had a problem, added the bitter voice. Will he be able to overcome it? Sure, in time. But the problem, if there is one, is that the clock is ticking, and time is running out. Where are you running, boy? To death, my friend... to death. And I sure hope I can live a bit, before I reach it...