Está a ajuda internacional a facilitar o desenvolvimento?
Uma ajuda superior ao grau de “sobrevivência”, deve significar um empurrão para o desenvolvimento?
Se aquilo que é canalizado para os países do “Sul” apenas permite que as mais básicas necessidades sejam atingidas, estamos a alimentar uma pobreza incontornável. Tal como no mundo dito desenvolvido, não se pode apenas fornecer um prato de sopa diário para permitir que uma pessoa consiga emprego, para os países em desenvolvimento são necessários mais meios que apenas os que permitem alimentar a população para que este possa crescer. É impensável para um cidadão europeu não ter acesso à educação, pois os países europeus precisam da formação de mão-de-obra para se poderem continuar a desenvolver. Da mesma forma, um país com um grande atraso no seu desenvolvimento precisa, para “convergir”, de um forte investimento em educação e cultura.
A colonização, as guerras civis e os regimes não democráticos destruíram as bases culturais da maioria dos países com um fraco nível de desenvolvimento. Estas bases culturais devem ser reconstruídas, e isso só é possível através de um sistema educativo eficaz. A formação técnica e cultural vai permitir a sustentabilidade do crescimento económico, viabilizando a existência de empresas das mais variadas dimensões, bem como o aumento da eficiência do estado.
É também importante e urgente formar as pessoas no sentido de aumentar a sua participação na vida politica e social. Informar realmente cada cidadão dos seus direitos e obrigações. Essa capacidade é essencial para atenuar o fosso que foi criado entre as elites politicas e o povo. Mesmo no mundo ocidental, a única forma de ter aspirações de trepar escalões sociais é através da educação, é lógico que o mesmo tipo de raciocínio deve ser feito para os países em desenvolvimento!
Perante tudo isto devemos olhar bem para nós, analisar as nossas etapas de desenvolvimento (localizando-as bem no seu tempo histórico) e ajudar de forma mais eficaz aqueles que procuram começar a desenvolver-se.
Se nós temos hoje uma educação que não nos permite ficar indiferentes aos países do Sul, porque não permitir que o Sul se eduque de forma a não ficar indiferente a ele próprio e ao resto do Mundo?!